quinta-feira, 10 de março de 2016

Construção da Identidade Negra

Falar de construção da Identidade Negra é desafiador porque vivo em uma sociedade preconceituosa, discriminatória e racista!

O grau de complexidade só aumenta se falarmos da mulher, preta, gorda e moradora da periferia! Por isso é necessário falar em gênero, raça e classe de forma inseparável.

Logo, afirmar que o Lugar da BRANQUITUDE é de privilégios se torna uma constatação da realidade porque a pessoa branca não sabe o que é carregar as marcas de pertencer a um povo somente recordado em associação ao período da escravidão secular como se essa situação fosse a única vertente histórica digna de ser lembrada em relação ao povo negro.

Chegar a essa conclusão exige muita reflexão crítica e autocrítica porque não é um caminho fácil, na verdade é tão escorregadio, feito de silêncios gritantes, silenciamento e invisibilidade mortal, negação naturalizada, omissão tida como virtude e dor que na maioria das vezes manifesta-se como desapontamento, decepção de onde menos sequer esperamos seja de nós mesmos ou de outros.

Negar a própria Identidade Negra é a maneira que a reprodução do RACISMO se manifesta e perpetua numa sociedade eurocêntrica/etnocêntrica.
A autoestima é desestabilizada pelo padrão de beleza ser centrado na brancura, a cor negra é relacionada ao feio e a cor branca ao belo, será mera coincidência?

Mesmo diante de sequelas tão duras e cruéis buscamos resgatar nossas origens conhecendo a nossa ancestralidade africana e  ao afirmar e reafirmar nossa consciência negra.